sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Promessa, perdão, culpa, desculpa



A culpa formata, ata
Um modo de ser que não quer se desconhecer
Culpa, aliada do reconhecimento
Tamponamento da diferença
Ou melhor, do diferir
O burburinho da fala
A fala do saber cala
Todo o processo de libertação
Do (re)conhecer-se
O (re)conhecimento localiza a culpa
E martiriza o corpo, e a alma
Insônias, lembranças
E a vida segue
Na tentativa (re)
De restituir
O que não há para restituir
Pois que já não o é mais
E a existência é outra
Que não cabe na dupla
Perdão/culpa
E a promessa?
Essa também já não exite mais
Pois, pode até haver quem a diga;
Mas não há mais quem a escute
Nem quem a queira
E, não havendo promessa,
Para que, então,
Culpa, desculpa e perdão?