terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Crônicas do dia a dia



 Fazia um tempo que eu não escrevia nada. Isso já estava me entediando. Mas hoje, como resolvi me despir das poesias, algo me veio. Veio pelo cansaço e pela poesia. A segunda me deixa muito cansada. Não paro de ter que pensar. Mas, semana passada tive um tempinho, e encontrei um sujeito que não tinha contato há tempos: Alberto Caiero, do Pessoa. Tava procrastinando revê-lo, apesar de pensar nele às vezes, por achá-lo bucólico demais. Mas não é só isso. Umas letras me tocaram, elas falavam o quanto é bom pensar em nada e rir sem motivo. Hoje, em meio a tantos pensamentos exigidos, fiz colegas de trabalho rirem, sem nem pretender...fui feliz! Cheguei ao lar e precisei escrever, então vim correndo ao encontro de papel e lápis, sim, LÁPIS! Não queria correr o risco da caneta falhar. E também senti falta de solidão.
Não sei se o que eu tinha era solidão...mas assim vou chamar, por não ter vocábulo melhor e por ter certeza que a ele não atribuo juízo de valor. Às vezes ela era angustiante, mas me permitia, com mais facilidade, o NÃO pensar do Caiero. Quando se escolhe abdicar da solidão, isso fica mais difícil. Aquela tal angústia que às vezes dava sinais de vida meio que some.
Mas o contato íntimo, profundo e desejado de prolongamento com o outro nos coloca cara a cara com nossas questões, talvez intocáveis caso permanecesse a escolha pela solidão. E tudo isso não me deixa o pensamento cessar. Mesmo quando tento, quero, o inconsciente não me deixa em paz: os sonhos agitam minhas noites! Essa é outra novidade que eu tento acalmar, mas não há o menor controle. O que eu preciso para uma parada no pensar?

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