quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sobre a violência

É minha gente, a violência realmente deixou de explodir nos becos escuros como dizia Hebert Vianna na música O Beco e tomou conta de todos os espaços da nossa cidade....Estamos vivendo tempos de insegurança total e qualquer atividade que você precise sair de casa se tornou uma aventura altamente arriscada, não sabemos o que nos espera, não sabemos em que acreditar. A violência se tornou um produto altamente lucrativo e por ter tomado essa projeção toda, vale tudo para conter os ditos criminosos... Ah, entende-se criminoso o pobre, negro, que mora na favela, que passa todo dia por humilhações, que tem sua privacidade invadida diariamente ( e permitido a eles o direito a privacidade? Acho que não...) sem a menor justificativa.

Tomando mais uma vez a nível de exemplificação a música do Paralamas, não estamos preparados (em uma parte da música ele afirma estar preparado) para lidar com esta situação e somos quase que obrigados a aceitar os argumentos usados para justificar a forma utilizada para resolver a situação...Hoje a violência virou um espetáculo televisivo no qual somos massificados com imagens de perseguições policiais a bandidos, tiros e mais tiros, ônibus sendo queimado tudo isso produzindo o medo na população carioca.
Eu como carioca, estou decepcionado com tudo o que está acontecendo na nossa cidade, e ao contrário de muitos que culpam o pobre por tudo isso, acho que o que falta aqui e maior investimento em politicas públicas que possam dar conta ou pelo menos atenuar as inúmeras faltas que cercam essas pessoas e que optam por entrar para o tráfico pois não conseguem competir com aqueles que têm tudo enquanto eles não têm nada...

Um ensaio sobre a Fidelidade e Lealdade

O que vou escrever aqui talvez esteja influenciado pelo momento em que estou passando frente aos relacionamentos. Não é o meu objetivo aqui impor uma verdade absoluta a ninguém e nada impede de mais pra frente eu mude a minha opinião.
Ah a Fidelidade! Como essa ideia de sermos fieis aos nossos parceiro(a)s é massificada constantemente pela sociedade...Desde muito cedo, mesmo antes de entender o que significa fidelidade somos convocados a ingerir essa verdade goela abaixo e entender (sem compreender) que tudo aquilo que foge a ela é categorizado como anormal. Netse caso particular, os anormais recebem nomes de devassos ou levianos para não eleger outros adjetivos de baixo calão. A respeito disso, penso o quão equivocado estão aqueles que defendem essa ideia, pois se somos constituídos a partir dos nossos encontros com pessoas, musicas, ou com nos mesmos por exemplo, seria precipitado não nos permitir experimentar vivencias com outras pessoas em detrimento de uma só. Imaginem só se só pudéssemos escutar uma música ?

Há quem diga que é possível ter vários encontros com uma mesma pessoa, eu no momento não acredito nisso, as minhas experiências me mostraram tratar-se de uma atividade cansativa sem garantias e com alto dispêndio de energia. Mas com eu disse acima, trata-se de um relato pessoal e não é minha pretensão generalizar essa minha experiência, logo aqueles que acreditam nisso fiquem a vontade e não se sintam ofendidos com as minhas palavras.

A palavra da hora ( e tudo aquilo que ela representa) é a Lealdade. A ideia de ser leal vai de encontro com tudo aquilo que preciso nesse momento, pois considero ser o mais justo comigo e com outras possíveis pessoas que possam passar pela minha vida. Ser leal me permite um maior campo de possibilidades e acabam por contribuir ativamente na minha formação como individuo, é como uma grande amiga me disse outro dia: “ Ser leal é como estar na faculdade, para nos formarmos precisamos das matérias obrigatórias, contudo é necessário cursar disciplinas eletivas de diferentes assuntos pois são elas que no final das contas fazem a diferença e sem elas é impossível nos formar”.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A dor clama por passagem

Qual espaço para a vivência da dor em nosso contemporâneo? Dizem que a dor é coisa feia. Mas ela tem a sua estética. É geralmente desvalorizada, em detrimento do prazer. Ah, e se for pra sentir dor, que seja para dar prazer: piercings, tatuagens, e por aí vai. Prazeres, quanto mais corpóreos, mais valorizados – e dores também! E aquela que te dá angústia, retorce todo o teu espírito? Essa nem pensar, distância dela, afasta-te de nós! Parece que vamos nos decompor se pensarmos em dar passagem a ela. Porque ela nos retira da zona de conforto – e aí parece que quebraremos em mil pedacinhos, eis aí a nossa suposta unidade ameaçada. Mas a vida sem dor, o que seria? Resignação, talvez...

Dor e raiva, raiva da dor

Dor e raiva
No extremo da dor há muita vida!
Raiva e dor
A dor de sentir raiva
Que raiva por estar vivendo a dor
Mas antes a raiva,
Que alerta, movimenta,
Do que o simples conformismo hipócrita!
Nas entranhas da vida há muita raiva!

Menina mulher

O que me faz não resistir ao olhar
Inocente, impiedoso
De uma menina mulher?
Que me fascina
Me desatina
E no escuro me insiste
Fazer escrever
O que há de recorrente
No beijo ardente
Dos seus lábios nos meus?
Desestabiliza,
Confere, confirma,
A minha mulher