segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A dor clama por passagem

Qual espaço para a vivência da dor em nosso contemporâneo? Dizem que a dor é coisa feia. Mas ela tem a sua estética. É geralmente desvalorizada, em detrimento do prazer. Ah, e se for pra sentir dor, que seja para dar prazer: piercings, tatuagens, e por aí vai. Prazeres, quanto mais corpóreos, mais valorizados – e dores também! E aquela que te dá angústia, retorce todo o teu espírito? Essa nem pensar, distância dela, afasta-te de nós! Parece que vamos nos decompor se pensarmos em dar passagem a ela. Porque ela nos retira da zona de conforto – e aí parece que quebraremos em mil pedacinhos, eis aí a nossa suposta unidade ameaçada. Mas a vida sem dor, o que seria? Resignação, talvez...

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