sábado, 24 de dezembro de 2011

Afetos


Revisitando o que aconteceu
Fatos e narrativas
(existem fatos senão por narrativas?)
Voltar
Com outros olhares e sentimentos
E o pensamento
Que entranha, estranha e se estranha
Mas deixa o pensar fluir
E admite
Que o que se pensa
Existe

domingo, 6 de novembro de 2011

Romper fronteiras é se aventurar em terras movediças. 
Esse processo é continuo, não paramos sequer um momento. 
Estamos constantemente vivendo sobre a iminência dos terremotos. 
(...)
 Somos fracos para sustentar por muito tempo a segurança e a estabilidade que a solidez das edificações nos proporcionam.
O desejo de se jogar na instabilidade é forte o suficiente para desbancar o desejo do estável. A respeito deste ultimo, o embrulho no estômago e um dos possíveis adjetivos cabíveis.
Viver um relacionamento é vencer uma batalha todo dia? Alcançar o equilibrio e quase uma utopia? A flexibilidade é o suficiente para modificar a forma que as coisas se apresentam? Será que a nossa constituição como individuo é resistente o necessário para aguentarmos o tranco?
Viver é se enganar diariamente? Por que será que precisamos nos enganar todo dia para viver?
O grande desafio das relações à longo prazo é não fechar os olhos para as sutilezas que surgem no processo que a consolida

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Imprevisto: potência da vida


Cultuar o acaso, relativamente fácil
Viver o imprevisto, sabe-se lá como
 Se soubéssemos não seria imprevisto
O que fazer com aquilo que desconheço?
Será que o conhecer vem antes do fazer,
Ou é no fazer que se dá a conhecer o desconhecido
Ou, simplesmente, algo se cria
Pois que talvez não haja um desconhecido latente ao ato do conhecimento
O que se conhece nada mais é do que construção, processo
Caminhada que por vezes paralisa
Para que a própria caminhada, nunca em linha reta (talvez uma espiral)
Se perpetue.

sábado, 16 de abril de 2011

Ao final desta viagem?

E nesse momento,
Bate a mescla de saudade
Do que deixei lá
E do que deixarei cá
Do meu Brasil
Sinto falta do futebol,
Do samba e do feijão
Daqui a lá levarei
Os encontros distintos
Os amigos distantes
As lembranças marcantes
E sim, eu sei
Que tudo o que de Chile, Bolívia e Peru
Experimento,
Vou sendo!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Luz

Vamos clarear nossas idéias
Unificar as Coréias
Semear flores nos campos de marte
Distribuir simpatia
E acordar meio-dia
Porque o que o acaso nos dá
Destino algum pode tirar!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sobre a violência

É minha gente, a violência realmente deixou de explodir nos becos escuros como dizia Hebert Vianna na música O Beco e tomou conta de todos os espaços da nossa cidade....Estamos vivendo tempos de insegurança total e qualquer atividade que você precise sair de casa se tornou uma aventura altamente arriscada, não sabemos o que nos espera, não sabemos em que acreditar. A violência se tornou um produto altamente lucrativo e por ter tomado essa projeção toda, vale tudo para conter os ditos criminosos... Ah, entende-se criminoso o pobre, negro, que mora na favela, que passa todo dia por humilhações, que tem sua privacidade invadida diariamente ( e permitido a eles o direito a privacidade? Acho que não...) sem a menor justificativa.

Tomando mais uma vez a nível de exemplificação a música do Paralamas, não estamos preparados (em uma parte da música ele afirma estar preparado) para lidar com esta situação e somos quase que obrigados a aceitar os argumentos usados para justificar a forma utilizada para resolver a situação...Hoje a violência virou um espetáculo televisivo no qual somos massificados com imagens de perseguições policiais a bandidos, tiros e mais tiros, ônibus sendo queimado tudo isso produzindo o medo na população carioca.
Eu como carioca, estou decepcionado com tudo o que está acontecendo na nossa cidade, e ao contrário de muitos que culpam o pobre por tudo isso, acho que o que falta aqui e maior investimento em politicas públicas que possam dar conta ou pelo menos atenuar as inúmeras faltas que cercam essas pessoas e que optam por entrar para o tráfico pois não conseguem competir com aqueles que têm tudo enquanto eles não têm nada...

Um ensaio sobre a Fidelidade e Lealdade

O que vou escrever aqui talvez esteja influenciado pelo momento em que estou passando frente aos relacionamentos. Não é o meu objetivo aqui impor uma verdade absoluta a ninguém e nada impede de mais pra frente eu mude a minha opinião.
Ah a Fidelidade! Como essa ideia de sermos fieis aos nossos parceiro(a)s é massificada constantemente pela sociedade...Desde muito cedo, mesmo antes de entender o que significa fidelidade somos convocados a ingerir essa verdade goela abaixo e entender (sem compreender) que tudo aquilo que foge a ela é categorizado como anormal. Netse caso particular, os anormais recebem nomes de devassos ou levianos para não eleger outros adjetivos de baixo calão. A respeito disso, penso o quão equivocado estão aqueles que defendem essa ideia, pois se somos constituídos a partir dos nossos encontros com pessoas, musicas, ou com nos mesmos por exemplo, seria precipitado não nos permitir experimentar vivencias com outras pessoas em detrimento de uma só. Imaginem só se só pudéssemos escutar uma música ?

Há quem diga que é possível ter vários encontros com uma mesma pessoa, eu no momento não acredito nisso, as minhas experiências me mostraram tratar-se de uma atividade cansativa sem garantias e com alto dispêndio de energia. Mas com eu disse acima, trata-se de um relato pessoal e não é minha pretensão generalizar essa minha experiência, logo aqueles que acreditam nisso fiquem a vontade e não se sintam ofendidos com as minhas palavras.

A palavra da hora ( e tudo aquilo que ela representa) é a Lealdade. A ideia de ser leal vai de encontro com tudo aquilo que preciso nesse momento, pois considero ser o mais justo comigo e com outras possíveis pessoas que possam passar pela minha vida. Ser leal me permite um maior campo de possibilidades e acabam por contribuir ativamente na minha formação como individuo, é como uma grande amiga me disse outro dia: “ Ser leal é como estar na faculdade, para nos formarmos precisamos das matérias obrigatórias, contudo é necessário cursar disciplinas eletivas de diferentes assuntos pois são elas que no final das contas fazem a diferença e sem elas é impossível nos formar”.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A dor clama por passagem

Qual espaço para a vivência da dor em nosso contemporâneo? Dizem que a dor é coisa feia. Mas ela tem a sua estética. É geralmente desvalorizada, em detrimento do prazer. Ah, e se for pra sentir dor, que seja para dar prazer: piercings, tatuagens, e por aí vai. Prazeres, quanto mais corpóreos, mais valorizados – e dores também! E aquela que te dá angústia, retorce todo o teu espírito? Essa nem pensar, distância dela, afasta-te de nós! Parece que vamos nos decompor se pensarmos em dar passagem a ela. Porque ela nos retira da zona de conforto – e aí parece que quebraremos em mil pedacinhos, eis aí a nossa suposta unidade ameaçada. Mas a vida sem dor, o que seria? Resignação, talvez...

Dor e raiva, raiva da dor

Dor e raiva
No extremo da dor há muita vida!
Raiva e dor
A dor de sentir raiva
Que raiva por estar vivendo a dor
Mas antes a raiva,
Que alerta, movimenta,
Do que o simples conformismo hipócrita!
Nas entranhas da vida há muita raiva!

Menina mulher

O que me faz não resistir ao olhar
Inocente, impiedoso
De uma menina mulher?
Que me fascina
Me desatina
E no escuro me insiste
Fazer escrever
O que há de recorrente
No beijo ardente
Dos seus lábios nos meus?
Desestabiliza,
Confere, confirma,
A minha mulher